O quinto episódio da nova temporada de The Boys traz várias temáticas interessantes: a culpa cristã do Francês, a ética em se deixar morrer do pai do Hughie, a traição e redenção duvidosa por parte da Neuman e do Capitão Pátria.
Falar sobre tantos assuntos abordados em apenas um episódio é um desafio, mas é exatamente para isso que o Conecta Geek está aqui. Por isso, aqui vai a nossa contribuição sobre a série:
A justiça e a vingança são separadas por uma linha tênue?
Que o Capitão Pátria também é uma vítima, isso nós sabemos – apesar disso poder trazer consequências desastrosas. E é pensando nisso que ele decide dar mais autonomia para seu filho, proporcionando a ele mais poder de escolha e, aparentemente, oferecendo mais liberdade para que ele faça o que quiser e conquiste seus sonhos.
E é nessa aparente redenção e gentileza que o Capitão faz com que se filho, que identifica uma importunação misógina por parte de um dos funcionários da Vought, faça o que ele deseja: ajude pessoas, seja justo. Em um primeiro momento, Ryan pede que o importunador peça desculpas. Depois, o Capitão insiste que as desculpas não foram sinceras. Em pouco tempo, o importunador está ajoelhado e recebendo tapas da mulher.
Em uma espécie de justiça sádica, nos divertimos com a violência – talvez desproporcional–, assim como Ryan. E nada mais justo, afinal, o homem é um importunador, incoveniente e misógino. Contudo, é nesse momento que percebemos que a história de autonomia que o Capitão estava proporcionando para seu filho era falsa: Ryan só pediu para que o importunador fosse agredido por causa das sugestões maliciosas do pai. Até onde essas sugestões disfarçadas de gentileza e liberdade podem influenciar as decisões de Ryan, isso nós veremos.
A culpa cristã pode ser um grande fardo
Ok, vamos combinar: matar é errado. Matar repetidamente por razões pouco justificáveis, costuma ser mais errado. Contudo, o Francês já passou dessa fase… né? Parece ser um consenso que toda (ou quase) a violência que “Os Meninos” geram é justa.
Contudo, após o que aconteceu com o seu quase-namorado nos episódios anteriores parece ter gerado muitos gatilhos. De repente, toda a violência que Francês já teve com alguém recaiu sobre ele com força. E como se não bastasse isso, encontrar um terço parece ter piorado toda a situação.
A culpa que Francês carrega faz com que ele se drogue e esteja em um estado mental infernal. Quando ele liga tudo isso a Deus, ele parece se lembrar que cada ação tem o seu custo ou recompensa e, para ele, tudo o que parece ter restado foi a condenação. “Tem alguns pecados que não merecem perdão”, ele diz. Sinceramente, dizer isso parece ter sido o maior pecado que ele cometeu, mas isso é opinião.
Por causa disso, ele vai até a polícia e se entrega. Talvez numa tentativa de pagar em vida o que poderia pagar após a morte, talvez porque ele não tenha mais esperanças e talvez porque esteja atrás de uma justiça que nunca chegou até ele.
Morrer ou não morrer: quem decide isso?
O episódio 4 trouxe uma questão interessante: se algum ente querido está perto de morrer, devemos interferir? No final do episódio, a mãe de Hughie decide por ele: seu pai recebe o V nas veias e, no episódio 5, volta a viver.
Essa interferência, porém, traz sérias consequências: com a morte cerebral, ele volta confuso, atravessando paredes e matando pessoas. Em dado momento, antes de toda a loucura, ele comenta com Hughie que não queria ser como Jar Jar, um animal de estimação que Hughie se recusou a sacrificar por ter muito apego ao animal; contudo, seu estado delibitado fez com que ele “explodisse”. Não querendo uma morte tão dolorosa e dramática, o pai de Hughie preferiu que sua mãe ficasse com a decisão.
A mãe dele, também movida pela culpa de ter ido embora, ofereceu o V ao pai pelo bem do filho. O final não poderia ser outro: ambos chegaram a conclusão de que a hora dele chegou. Hughie dá esses respiro ao pai por meio de uma combinação de drogas. Agora, talvez ele saiba que a morte pode ser misericordiosa.
Neuman está provando do próprio veneno?
Numa tentativa de acabar com os Supers, principalmente Neuman e Capitão Pátria, os Meninos&Luz-Estrelar vão até Stan Edgar e tiram o homem da cadeia se ele conspirar contra Neuman, oferecendo o vírus capaz de matar os “heróis”. Para proteger sua neta, ele aceita.
Lá, porém, eles não encontram vírus algum, mas animais “mutantes” que participavam de experimentos com o V e o vírus. Neuman os encontra e parece chocada que Stan, que é como um pai para ela, faz parte disso. Essa traição parece um “estamos quites” entre os dois.
O grupo todo está rodeado de animais super poderosos que só foram detidos após o uso do último vírus. O que parecia ser o fim das esperanças de derrotar os Supers, transformou-se em uma missão para Bruto: sequestrar um dos cientistas envolvidos no teste e exigir que ele faça um novo vírus. Tudo isso enquanto Luz-Estrelar parece estar perdendo seus poderes e os jovens de Gen V estão se aproximando dos Sete. O que toda essa polarização vai gerar?
