Em Ruínas (2024) é um filme sul-coreano presente no catálogo da Netflix que constrói sua narrativa apoiada em várias temáticas e ideias. Envolve um cenário pós-apocalíptico caótico e distópico, pega emprestado algumas ideias dos filmes de zumbis, traz muita pancadaria e ação, não se apega muito a sentimentalismos.

Da mesma forma, também não deseja soar tão pessimista e fazer uma brutal crítica social em seu conteúdo, o que geralmente acontece neste tipo de narrativas que envolvem um cenário assolado e destruído por um evento pós-apocalíptico.

A ideia aqui em Em Ruínas é apelar pelo maior entretenimento possível, com coreografias bem encenadas de luta, muitos tiros, corpos espalhados pelo chão. Tudo em prol de homenagear o Cinema Blockbuster e a própria escola sul-coreana dos filmes de ação.

Dois personagens distintos

Sem muito tempo para explicação e em menos de 5 minutos de filme, vemos na tela uma Seul com seus prédios desabando, logo após um terremoto de proporções gigantescas ocorrer. Agora, a cidade ficou devastada e poucos sobreviventes ficaram espalhados em algumas regiões.

Em seguida, dois homens estão atrás de um enorme crocodilo. Um deles, Nam Sam (Ma Dong-Seok, bem conhecido como Don Lee), captura o animal para reparti-lo com alguns sobreviventes famintos do território que vive. Mas essa não é uma tarefa fácil porque constantemente o lugar é invadido por saqueadores impiedosos e o nosso querido personagem precisa entrar em ação impedindo que a pouca comida seja levada.

Enquanto Nam Sam é solidário e compartilha seu sofrimento com outros sobreviventes, em outro lugar de Seul, temos o médico Dr. Yang (Lee Hee-joon). Um homem obstinado que tenta encontrar uma forma para que os humanos sejam praticamente imortais e não precisem mais de água e comida, mesmo que para isso não poupe esforços e medidas violentas.

O confronto

Doutor Yang lidera uma organização que promete dar boas condições aos sobreviventes que ali chegam. Em troca disso, pede para que todos os jovens estejam disponíveis para suas experiências. Quando o médico captura uma das meninas que vivem na região de Nam Sam, é hora de nosso corajoso personagem caçador reunir sua turma e partir para o contra-ataque.

Don Lee, que ficou bastante conhecido por Invasão Zumbi (2016), se coloca aqui como um ator sul-coreano bem apropriado para filmes de ação. Unindo ao mesmo tempo a truculência e a graciosidade, é com ele que o filme explora as maiorias cenas de ação. Usando tanto seus punhos, assim como seu facão e uma escopeta, o ator faz um balé brutal que não deixará os fãs desse gênero desapontados.  

E ainda nosso determinado Nam Sam consegue fazer piadas em meio a um batalhão de soldados ao seu redor, quando reclama que seu joelho está doendo por subir muitas escadas e que o prédio deveria ter o elevador funcionando.  

Exageros, sem tempo para muitos diálogos, direto pra ação

Claro que não ficaram de fora aqueles exageros e extravagâncias. O personagem que cai de um lugar muito alto e que logo se levanta disposto a bater ou apanhar mais. Adicione aí que a maioria dos inimigos são praticamente imortais, então, é uma boa estratégia para que o diretor abuse da pancadaria e dos tiros.

Em Ruínas é o tipo de filme para quem procura entretenimento, embora efêmero. Não deseja muitas explicações ou teorias sobre os eventos que impulsionam a narrativa do filme. Até lembrou-me aqueles filmes de ação 80’s como Comando Para Matar (1985) e Duro de Matar (1988). Nem precisavam de lógica ou muitos motivos, apenas de pancadaria, truculência e tiroteios para que  a sessão de cinema fizesse a alegria de muitos cinéfilos.

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