Com a virada do ano, muitos leitores acabam deixando passar lançamentos importantes no mundo dos quadrinhos. Se 2024 foi um ano repleto de boas surpresas para os fãs da 9ª arte, agora é o momento perfeito para dar uma segunda olhada em algumas obras imperdíveis que talvez tenham ficado de fora da sua lista de leituras.
Nossa lista conta com lançamentos da Marvel, quadrinhos brasileiros e autorais, a diversidade de estilos e temas é a grande marca dos quadrinhos de 2024. Aqui está uma seleção das 10 melhores HQs lançadas no último ano, para você começar 2025 já atualizado no universo das histórias em quadrinhos.
10. Inesquecíveis, de Fabien Toulmé

Com uma narrativa emocionalmente poderosa, Inesquecíveis de Fabien Toulmé é uma obra que se destaca pela forma como aborda as histórias reais. Baseada em entrevistas com seis personagens, a HQ constrói um retrato da sociedade através de relatos pessoais e emocionantes. O traço simples e delicado de Toulmé dá um toque de suavidade à profundidade das histórias, tornando o impacto emocional ainda mais forte. A obra, mais do que uma sequência de testemunhos, é uma verdadeira lição de empatia e humanidade.
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9. Não Sou Orlando, de Helena Cunha

Helena Cunha leva o leitor a uma viagem sensível e profunda com Não Sou Orlando, sua obra mais madura até o momento. Ao misturar a obra clássica de Virgínia Woolf com a sua própria vivência de descoberta da sexualidade, Cunha cria um estudo comovente sobre identidade e arte. O traço minimalista e os diálogos afiados, além de trazerem à tona temas importantes para a comunidade LGBTQIA+, fazem desta obra uma leitura essencial para quem se interessa por questões de autodescoberta e pertencimento.
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8. Ilhas Meia-Lua, de Rogi Silva

Rogi Silva segue desafiando a convenção dos quadrinhos com Ilhas Meia-Lua, uma obra que se distancia de narrativas tradicionais para adentrar um território onde o onírico e o fantástico se encontram. Com personagens que parecem saídos de um conto folclórico nordestino, a obra mistura o surrealismo com a mitologia local, criando um universo que surpreende e encanta. Cada página é uma explosão de cores e formas que se desdobram, convidando o leitor a uma experiência sensorial única.
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7. Pigmento, de Aline Zouvi

Aline Zouvi, com seu estilo único e firme, leva o leitor a uma jornada de autodescoberta, insegurança e desejo em Pigmento. A história, que segue uma tatuadora incapaz de tatuar sua própria pele, mergulha nas questões de identidade e corpo com uma sensibilidade rara. A autora mistura referências literárias e culturais, e a obra se destaca pela abordagem queer e pela exploração dos significados profundos que as tatuagens podem carregar. Uma leitura acolhedora para quem busca se ver representado nas histórias.
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6. A Virgem Vermelha, de Mary M. Talbot e Bryan Talbot

A história de Louise Michel, revolucionária e feminista da Comuna de Paris, é recontada com maestria em A Virgem Vermelha. A HQ mistura rigor histórico com uma narrativa dramática que revela as complexidades de uma mulher que lutou contra o colonialismo e as injustiças de sua época. O trabalho de Bryan Talbot na arte é refinado e complementa a carga emocional da obra, enquanto o texto de Mary Talbot traz uma visão crítica e engajada sobre a figura de Michel, que até hoje inspira movimentos de resistência.
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5. Quarteto Fantástico: Moléculas Instáveis, de James Sturm, Guy Davis e Michel Vrána

A Marvel nunca foi tão introspectiva quanto em Quarteto Fantástico: Moléculas Instáveis, onde o foco não está nas grandes batalhas, mas nas questões psicológicas que afligem o Quarteto Fantástico. O roteirista James Sturm explora como os traumas individuais impactam as vidas dos heróis, enquanto a arte de Guy Davis e as cores de Michel Vrána dão o tom de nostalgia e melancolia. Esta obra oferece uma nova perspectiva sobre personagens consagrados, trazendo uma complexidade emocional rara em histórias de super-heróis.
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4. Estados Unidos da África, de Anderson Shon e Daniel Cesart

Ao criar um super-herói africano que unifica o continente sob sua liderança, Estados Unidos da África oferece uma leitura provocativa sobre as consequências do colonialismo e do racismo estrutural. A obra mistura temas de ficção científica com uma crítica contundente à história recente da África, explorando como um mundo unificado por um rei africano lida com problemas como a fome e as desigualdades sociais. A trama se desvia das narrativas tradicionais de super-heróis, fazendo uma reflexão profunda sobre poder e resistência.
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3. Bitch Planet – Planeta das Vagabundas – Livro Um, de Kelly Sue Deconnick e Valentine De Landro

Em um futuro distópico, mulheres que desafiam o patriarcado são enviadas para um planeta penal. Em Bitch Planet, Kelly Sue DeConnick e Valentine De Landro criam uma ficção científica que não só entretem, mas também questiona as normas da sociedade. As personagens, que representam um poderoso protesto contra a opressão feminina, são desenvolvidas com riqueza, e a arte, assinada por Cris Peter, é um reflexo da brutalidade do sistema. A obra se destaca como um soco no estômago, mostrando como as distopias podem espelhar as realidades mais incômodas de nosso mundo.
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2. Devolve Minha Cabeça, de Alexandre S. Lourenço

Com uma narrativa experimental e sem concessões, Devolve Minha Cabeça é um mergulho no absurdo da vida cotidiana. Alexandre S. Lourenço se utiliza da repetição e da ausência de requadros para criar um ritmo inusitado, onde a perda da cabeça do protagonista se torna uma metáfora para as exigências da vida moderna. A crítica ao caos e às demandas absurdas da sociedade contemporânea é pontuada por um humor ácido, e a obra se torna uma provocação necessária para quem busca uma leitura fora do convencional.
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1. O Céu na Cabeça, de Altarriba, García Sánchez e Lola Moral

A dolorosa trajetória de Nivek, um garoto de 12 anos que trabalha nas minas de Coltan no Congo, é o ponto de partida de O Céu na Cabeça. A história acompanha sua fuga desesperada em busca de uma vida melhor na Europa, com uma narrativa que é tanto brutal quanto empática. A obra não se esquiva da violência de sua realidade, mas ao mesmo tempo traz uma delicadeza nas relações humanas, principalmente nas representações das crianças vítimas de guerra. O trabalho artístico de García Sánchez e Lola Moral, com traços quase cubistas, proporciona uma abordagem visual instigante e impactante que complementa a complexidade da narrativa.
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