Quincy Jones, lendário produtor musical e arranjador norte-americano, faleceu aos 91 anos no domingo (3) em sua residência em Bel Air, Los Angeles. Conhecido por suas parcerias históricas com nomes como Michael Jackson, Frank Sinatra e Milton Nascimento, Jones foi um dos maiores nomes da indústria musical, acumulando 28 prêmios Grammy, dois Oscars e um Emmy ao longo de uma carreira de mais de sete décadas.
Em comunicado, o agente de Jones, Arnold Robinson, informou que o produtor “faleceu pacificamente” em casa. A família também divulgou uma nota:
Com o coração cheio, mas partido, compartilhamos a notícia do falecimento de nosso pai e irmão, Quincy Jones. Sabemos que essa é uma perda imensa, mas celebramos a incrível vida que ele viveu e temos a certeza de que nunca haverá outro como ele.
Jones é amplamente reconhecido por ter produzido o álbum “Thriller”, de Michael Jackson, que se tornou o disco mais vendido da história. Além de Michael, com quem colaborou também em “Off the Wall” e “Bad”, o produtor trabalhou intensamente com Frank Sinatra. Uma de suas parcerias mais notáveis foi no relançamento de “Fly Me To The Moon”, onde transformou a canção em um swing clássico. O trabalho de Jones também se estendeu ao cinema, com colaborações para trilhas sonoras de filmes como “O Feiticeiro” e “A Sangue Frio”.
O produtor não se limitou aos EUA e estabeleceu uma relação especial com a música brasileira. Jones colaborou com artistas como Milton Nascimento, Ivan Lins e a cantora Simone, além do percussionista Paulinho da Costa, que integrou várias de suas produções. Jones e Milton mantiveram uma amizade desde 1967, e durante a pandemia, Milton compartilhou em suas redes sociais um print de uma chamada de vídeo com o produtor. Jones também ganhou um Grammy por sua versão da música “Velas” de Ivan Lins e convidou Simone para se apresentar no “Montreux Jazz Festival”.
Sucesso com ‘We Are the World’ e Ativismo
Em 1985, Quincy Jones foi o responsável pela produção de “We Are the World”, reunindo 46 dos maiores nomes da música americana, incluindo Michael Jackson, Bruce Springsteen e Tina Turner. A canção foi um sucesso mundial e arrecadou milhões de dólares para ajudar a combater a fome na Etiópia. Além de sua contribuição para a música, Jones era um ativista social. Ele foi um dos fundadores da Biblioteca Nacional de Música, Artes e Cultura Negra (IBAM), uma instituição dedicada à preservação da herança musical afro-americana.
Prêmios e Reconhecimento
A trajetória de Jones foi marcada por diversos reconhecimentos. Além dos 28 prêmios Grammy, ele foi o primeiro artista negro a ser indicado ao Oscar duas vezes no mesmo ano, em 1967, pelas trilhas sonoras de “Um Homem em Leilão” e A Sangue Frio. Ao longo de sua carreira, foi considerado um dos músicos de jazz mais influentes do século 20 pela revista Time, e suas contribuições para a indústria musical vão desde a produção de grandes ícones do pop até composições originais para o cinema e a televisão.
Vida Pessoal e Família
Quincy Jones foi casado três vezes e teve sete filhos com cinco mulheres diferentes. Entre eles estão Kidada e Rashida Jones, ambas atrizes, sendo Rashida conhecida pelo papel de Ann Perkins na série “Parks and Recreation”. Ao longo de sua vida, manteve uma relação próxima com a família e deixou um legado musical que seus filhos, como o produtor Quincy Jones III, continuam a preservar.
Aos 91 anos, Quincy Jones deixa um legado inigualável, com sua influência refletindo-se não apenas na música americana, mas na cultura global. Sua trajetória como produtor, músico e ativista inspirou gerações, e sua contribuição ao mundo da música e das artes nunca será esquecida.
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