Rakugaki (RKGK) é um frenesi cyberpunk com muita cor. O game que garante boas horas de gameplay em fases desafiadoras é o novo título da Wabisabi Games, em parceria com a Gearbox. RKGK foi lançado hoje e garante ser uma boa escolha do gênero de plataforma.
A história de RKGK acontece em um futuro dominado por um cientista maluco chamado Sr. Buff que criou telas controladoras de mentes. A sociedade vive sob os seus comandos em uma verdadeira ditadura cyberpunk. A protagonista, Valah, é a líder de uma força revolucionária chamada Rakugaki que busca derrubar o Sr. Buff e a sua ditadura usando de arte e grafite. Isso porque o poder hipnótico das telas controladoras do cientista é destruído quando pintado.
Não tem nenhuma conexão, mas o game faz sentir o sentido literal da frase de Paulo Bruscky: “A arte sempre resistiu a todas as ditaduras”.
A premissa do prólogo é espetacular, mas infelizmente não foi muito bem executada nas horas seguintes de gameplay. Ao passar das primeiras fases a história deixa de te prender e não cria tensão o suficiente para te fazer querer chegar ao fim. As situações não te fazem criar simpatia com os personagens e não são criados laços entre eles. Se você busca uma história realmente muito boa, você não vai encontrar em RKGK. Entretanto, a sua gameplay é a força maior que faz o game se sobressair.
A gameplay
RKGK possui, na gameplay, o seu maior trunfo. O game é frenético do início ao fim. Mistura parkour com lutas muito bem balanceadas e desafios que realmente motivam a chegar ao fim. É simples. Você vai ter que correr, pular, coletar moedas e lutar. Entretanto, isso é tão bem construído em animações e design de fase que experimentar a mistura de movimentos se torna um objetivo no subconsciente.
Tudo é tão bem equilibrado que, em algumas fases você vai passar rapidamente e em outras vai ficar preso durante um tempo. O mesmo acontece nas batalhas contra os chefes. Alguns são fáceis de se pegar os macetes e outros te farão repetir a mesma fase várias vezes.
Por conta dos diversos movimentos e desafios, RKGK se tornar a escolha perfeita para speedrun. O game até motiva isso ao registrar, no final da fase, o tempo que o jogador levou para completá-la. E até mesmo quem não é tão fã do gênero vai ver RKGK como um prato cheio para uma aventura e teste de reflexos em velocidade.
Toda essa mistura de cor e velocidade é acompanhada de uma trilha que encaixa perfeitamente no que está na tela. A sua batida é o tempero final que torna a gameplay de Rakugaki excepcional.
A arte
Por fim, para um game que na sua história usa a arte como mecanismo de luta e rebeldia, RKGK foi muito simplório e inocente na sua escolha artística para gráficos. Os gráficos não são ruins, muito pelo contrário, possui um visual muito bonito com os traços em cartoon e anime. Entretanto, a sua lore abre espaço para esperar por uma arte muito mais fora do padrão. Isso deixa o game com um gostinho de “quero mais”.
Se RKGK tivesse apostado mais fichas em uma construção artística “fora da caixinha” como os seus grafites, se tornaria mais marcante e poderia influenciar mais coragem artística na indústria. Ainda assim, os seus belos gráficos não escondem as suas influências, podemos ver homenagens aos mestres mangakás em grafites, roupas e armaduras.
RKGK é uma bela surpresa no gênero de plataformas. Possui um grande potencial para se consolidar e criar uma base de fãs. É mais um daqueles games que consegue te divertir a ponto de não ver o tempo passar.
Obs: Análise realizada no PC com código enviado pela Wabisabi Games.
3 Comentários