Na sexta-feira passada (19), a Netflix lançou a continuação Rebel Moon: A Marcadora de Cicatrizes, de Zack Snyder. A produção já prometia muitos efeitos especiais, ação e drama. Mas será que Snyder realmente entregou tudo isso no seu mix de Duna, StarWars e talvez uma pitada de Guerra do Vietnã?
Rebel Moon: A Marcadora de Cicatrizes, é a segunda parte da nova franquia dirigida e roteirizada por Zack Snyder, que teve ajuda de Kurt Johnstad (300) e Shay Hatten (Army of the Dead: Invasão em Las Vegas) em sua criação. Este traz a sequencia da batalha vivida por Kora (Sofia Boutella).
No primeiro longa, Kora vai em busca de ajuda para salvar seu vilarejo que foi ameaçado pelo “Mundo Mãe”, o governo tirânico vigente. E nessa jornada ela se junta à mais 5 guerreiros que prometem a ajudar, todos juntos por uma mesma causa. Destruir o Regente Balisarius, e seu império de tirania.
A Marcadora de Cicatrizes, parte 2 de Rebel Moon, tem esse nome atribuído a personagem Kora, que na trama leva a ajuda que conseguiu até o seu vilarejo onde 5 dias após sua volta entra em uma guerra épica contra o exercito do Almirante Noble (Ed Skrein).
Assim que chegam em Veldt, aldeia onde a protagonista vive, a nova equipe já entra em ação para preparar os aldeões e o território para a guerra iminente.
Análise técnica […]
A trama produzida por Snyder, Kurt Johnstad e Shay Hatten realmente traz tudo o que promete. Muita ação, CGI impecável e drama, muito drama!
A Direção de Arte proposta no filme traz muitos visuais deslumbrantes do que seria uma terra da antiguidade, com um pingo de tecnologia (nas armas e em uma espécie de carroça para colheita de grãos), fator este que, para mim, remete muito à Duna, de Denis Villeneuve.
Em relação aos figurinos, o filme entrega típicos trajes de batalha e roupas simples aos aldeões, nada muito extraordinário. Já o cenário, ao meu ver, é uma cópia descarada de qualquer filme da saga Star Wars, de George Lucas. Toda a ambientação porém, remete mais aos visuais presentes no nosso planeta, na época em que a nossa civilização subsistia das plantações e suas colheitas.
O excesso de slow-motion e o repetido cenário rural trazem uma certa monotonia ao filme, por mais que as cenas de batalha sejam extensas e carregadas de tiro, porrada e bomba. A direção de Zack, diferentemente do primeiro volume do filme, já trouxe maior profundidade para compreendermos os personagens, ainda que esta não seja o suficiente. Uma das cenas antes da guerra remonta o passado dos guerreiros e nos faz entender um pouco mais de suas origens e relações com o objetivo comum entre eles.
Além das várias tentativas de tornar os personagens e suas ações em algo épico, o excesso de cenas vazias também é algo prejudicial ao longa. Muitos planos, detalhe que trazem uma beleza e tranquilidade a mais ao filme, mas quebram a urgência do momento pré-guerra em que esse é desenhado.
E por fim o desfecho […]
(Atenção para spoilers)
Ao meu ver, foi muito criativo os aldeões usarem a técnica vietnamita dos túneis, já que estes estavam em desvantagem numérica. Isso mostra um grande estudo histórico por trás da construção do roteiro. Contudo, os clichês envolvendo enrolação para atirar/atacar o inimigo e demora para a chegada de suporte, foram elementos, infelizmente, também presentes na trama.
Mas no contexto geral, o filme não traz nada de inovador, mas sim, uma mistura de fatos reais e histórias de ficção já criadas. A história tratada é interessante e deixa em aberto uma oportunidade para uma possível terceira produção. Esta, apesar de não ter sido confirmada pela Netflix, o diretor Zack Snyder já trouxe ao público que está desenvolvendo seu roteiro. Tudo vai depender da aceitação do público à Rebel Moon: A Marcadora de Cicatrizes.
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